Fiquei lá por cerca de 1h. Vi de todos os tipos de pessoas. Menos aquelas que me cativam.
Porém não me incomodei com nada, afinal, nada daquilo era eu... E mesmo que fosse. Eu resolvo meus problemas!
Ok. Aos poucos o restaurante foi enchendo. Era horário de intervalo de serviço e resolvi pedir uma pequena xícara de sobriedade, acompanhada de um pouco de solidão. Então por ali fiquei a reparar.
Alguns chegavam ansiosos. Cheios de fome de carência. Estavam em essência vazios e precisavam preencher bastante espaço com qualquer porcaria que pudessem carregar. Para esquecer o que vem fazendo dia após dia talvez.
O primeiro pediu
- Me vê a reclamação do dia.
- Me vê a reclamação do dia.
- Hoje temos um prato que não tem nada de valor nutricional. Feito com coisas extremamente baratas e de baixa qualidade que acompanham um prato somente com tristeza. É um ótimo prato para se comer rápido e acreditar estar satisfeito senhor.- A funcionaria respondeu.
- Que merda hein! Vou querer um desse mesmo. - Disse o primeiro cliente sorrindo.
O segundo cliente chegou bem tímido, era um jovem rapaz de uns 17/18 anos de idade. Ao menos o que me parecia...
- Moça. Tem algo bem simples?.
Agora outra funcionaria atendendo o rapaz, perguntou.
- Bom, o mais simples que temos é o sanduíche da opressão. A maioria dos pais sempre tentam empurrar para seus filhos. É algo que sai bastante aqui.
- hmm. Não, não quero nada relacionado aos pais não. Obrigado, vou ficar sem nada mesmo.
O garoto fez uma careta ao ouvir a palavra "pais" e foi embora sem escolher qualquer coisa das reclamações...
Achei um pouco deprimente aquilo. Ele era jovem e meus pais não me faziam fazer careta de desgosto.
Bom... Muitos passaram por ali. E sempre pediam muitas coisas parecidas.
Após isso, sentavam se e iam conversar com seus companheiros que eles não queriam estar juntos. Mas que era preferível a ficar sozinhos...
Varias mesas eram possível ver um fingindo dar atenção a papos mais sinceros do desabafante enquanto continuavam a mexer em seus aparelhos distrativos. E outros se mantinham empolgado em complementar queixas sobre tudo o que for possível em suas realidades de vitimização.
Ora ou outra, alguns até diziam: "Você acredita". Como se eles não fossem responsáveis por suas próprias dores.
Me pus um tempo ali e logo fui embora; Embora muito pude aprender a evitar. Pois independente de toda vez que alguém me disser ao contrario. Se meu bom senso não admitir que a outra parte tem razão. De exemplos como aqueles. Nada me parece certo!